Uma vez alguém falou pra mim sobre seu cansaço em ouvir tantos clichês. Um falatório de receitas semiprontas, conselhos sempre recheados de lacração. “As pessoas estão sempre falando as mesmas coisas”, disse. Mas o que incomoda tanto no clichê? A repetição desse falatório apontando sempre para um lugar comum? Se for isso, por que se perceber no…
Não somos senhores do nosso tempo
A concepção de tempo é algo muito instigante para mim, pois, além de dar notícias sobre nossa história, mantém o mistério e o movimento da funcionalidade cotidiana. Falar sobre tempo muitas vezes é reduzi-lo somente às horas do relógio, à linearidade de escolhas e metas a alcançar antes dos 03 anos, dos 15 anos, dos…
Chorar não é covardia, ser sensível não é sinal de fraqueza
Viver dá um bocado de trabalho e a vida não é tão bela como dizem por aí, mesmo que insistam em dizer que devemos “olhar a beleza da vida” ou que existe algum poder só em pensar positivo frente às circunstâncias da vida. O que quero provocar é que estar no mundo não é simples…
Reflexões sobre a mulher e o feminino
A obra “Calibã e a Bruxa” de Silvia Federici nos auxilia a compreender como o discurso de ódio ao feminino foi reproduzido pelos séculos, e que de certa forma, ainda se mantém. A autora aponta como começou e como a caça as bruxas foi um importante instrumento de alienação social, de exploração e expropriação da…
Por que tanto ódio ao feminino (II)
Uma das maiores dificuldades em coibir a violência contra mulher é que a grande maioria delas retornam para seus agressores, essa questão do retorno ao ambiente perigoso causa de seus sofrimentos gera um dos mitos do senso comum: de que a mulher “gosta de apanhar”. A violência destitui a mulher (ou o homem) como sujeito…
Por que tanto ódio ao feminino? (I)
Com frequência os noticiários anunciam mulheres que foram agredidas ou morreram por homens que ironicamente se diziam ser seus “parceiros”. As justificativas por seus atos de violência são as mais absurdas possíveis e, como observamos, a impunidade protege o homem e põe em risco vidas de mulheres. Os padrões de beleza ou de comportamento, o…
Romantização da violência e relacionamentos abusivos
Nossa sociedade ainda produz bastante conteúdo romantizando a violência contra a mulher e o relacionamento abusivo como modelo de relação amorosa, facilmente encontradas nas músicas que vão do sertanejo a bossa nova, nos clássicos literários, em filmes e novelas. Só mais recentemente, por causa das vozes de mulheres, do crescente número de morte de mulheres,…
Solidariedade e Responsabilidade Coletiva
Muitas recomendações de higiene e cuidados pessoais, dicas e listas do que fazer nessa quarentena surgem como medidas individuais de proteção e prevenção, no entanto, falam de uma classe privilegiada de pessoas que possuem uma casa para se proteger e podem fazer home office. A responsabilidade, nesse caso, realmente é individual, mas, será que é…
Tédio como expressão da angústia
O tédio é uma das raízes de angústia da contemporaneidade, quando sentimos tédio o tempo passa mais devagar e nos arrasta para um sensação de vazio. Surpreendentemente, em nossa cultura, estamos sendo interpelados a todo instante pelas novidades do momento e, principalmente, pela quantidade de redes sociais que nos ofertam: “compartilhe com amigos”, “o que você…
Supereu é mesmo o anjinho?
Freud traz o conceito de supereu (ou superego) que normalmente é identificado como o “anjinho” em comparação ao “id” que é sempre caracterizado como o malvado. Mas há uma verdade sobre o supereu que não se fala, mas que aparece bastante nos memes da internet. O supereu representa a continuidade e o amadurecimento de uma…
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