Por que tanto ódio ao feminino? (I)

Por que tanto ódio ao feminino? (I)

Com frequência os noticiários anunciam mulheres que foram agredidas ou morreram por homens que ironicamente se diziam ser seus “parceiros”. As justificativas por seus atos de violência são as mais absurdas possíveis e, como observamos, a impunidade protege o homem e põe em risco vidas de mulheres.

Os padrões de beleza ou de comportamento, o assédio físico e moral, e todos os tipos de violência que são direcionados ao feminino tem um histórico de mais de 3 mil anos, isso apenas o que a humanidade conseguiu registrar.

A imagem da mulher é sempre referida como aquela que traz os males para o mundo, a exemplo disso temos a figura de Eva, a primeira mulher segundo o cristianismo, que cede a tentação de comer o fruto proibido; também o mito de Pandora, como aquela que não controlou seus impulsos e abriu a caixa que prendia todos o males que hoje assolam o mundo. Esses são apenas dois exemplos de histórias ocidentais contadas por homens sobre as mulheres.

Manifestante em ato contra feminicídio em São Paulo – Mídia Ninja

Freud no texto “O tabu da virgindade” de 1918 na tentativa de entender as relações amorosas faz menção as explicações sobre a importância da virgindade em sociedades primitivas, em uma delas, ele aponta que o tabu da virgindade não se refere apenas a sua primeira relação sexual, mas, a sua vida sexual inteira, ele cita: a menstruação, a gravidez (acrescento aqui o aborto), o parto, o puerpério como exemplo de tantas outras limitações a liberdade sexual das mulheres. O que não é muito diferente de hoje, foram apenas atualizadas as formas de repressão.

Em outro trecho, Freud ainda aponta que o fato de estabelecer um tabu, ou melhor, regras e normas para reprimir à mulher, é onde ele (o homem) teme o perigo, uma espécie de horror à mulher, a liberdade e ao desejo feminino.

O desejo feminino é considerado da ordem do mistério, do incompreensível, do estranho, assim a mulher é reconhecida como perigo, por isso, a recusa e hostilidade. Todo esse medo ao feminino construído por 3 milênios, mascarado por regras de conduta e docilização do comportamento, perpetuam o crescente número de feminicídio, estupro, violência doméstica, assédio, etc.

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Anna Carolina Cutrim
Psicóloga


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